Old Boy - Memórias de um homem em busca da verdade



Saiba as principais diferenças entre o mangá e o filme.

Originalmente publicada entre 1996 a 1998, o mangá de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi tem um total de 8 volumes, acompanhando a história de um homem que é colocado inexplicavelmente em cárcere privado durante dez anos, até que de repente é libertado – e quer vingança dos seus captores.

Old Boy recebeu um filme adaptado pelo diretor coreano Park Chan-wook, é o segundo filme da sua triologia de vingança, na qual ambos possuem o mesmo enredo, porém, fluem de maneira totalmente distintas.

No entanto, falemos do mangá – Mas não estranhem se eu compara-lo a to do momento com o filme, pois é inevitável.


Do começo ao fim, a história segue mostrar a vida de Goto, um homem que ao longo do percurso demonstra ser um cara completamente ”mudado”. Afinal, qual o ser humano que não mudaria sua personalidade após ser trancado sem mais e nem menos? Porém, o que me surpreende é que ele está mudado para ”melhor”. Um cara sério e tranquilo, que demonstra não ligar muito pelo que lhe ocorreu no passado. Ele procura sim por respostas, mas numa cara de paisagem que chega a ser bem irritante. Não é possível que todos os 10 anos em que esteve enjaulado tenha servido somente pra ele ficar de ”bem com a vida”. Não, ele não esbanja sorrisos, mas a suas atitudes estoicas demonstra que ele sai mais forte do que quando entrou. No filme, a personalidade dele é mudada pra ”pior”, pois notasse nitidamente em seu semblante um profundo trauma, ele saí daquela prisão bem mais diferente, totalmente virado do avesso. Palmas para o diretor coreano, que acertou em cheio em mudar essa característica para as telonas.

Ora, se uma história que carrega uma genética sobre vingança, tem mais é que encher seu protagonista de ódio, se não as coisas não funcionam. Esse jeito calmo do Goto poderia funcionar em outras histórias, ou em outros climas, mas pra esse tipo de gênero fica bem complicado. Falta emoção. Falta interagir mais com o público.



m outro ponto que devo ressaltar é: a adaptação é infinitamente mais violenta que o mangá. Não irei citar exemplos para evitar spoliers, mas, uma coisa eu posso dizer, a violência no filme é extremamente estilizada, resultando em inúmeras mudanças. Mudanças as quais deram um rumo muito melhor para a história, diga-se de passagem.

O mangá, por sua vez, flui bem durante o percurso. O enredo leva sempre á instigar, a duvidar e etc, o que é sempre bom. Entretanto, na hora de escolher um desfecho, o mangá dá um tapa na cara de quem lê. Depois de terminar a leitura, eu tive que ficar relendo novamente o final pois aquilo não caiu bem para mim. Tentei de todas as formas arrancar a cara de pokerface do meu rosto, mais foi em vão. Mais um vez digo, só quem leu poderá me entender.

Não pretendo enrolar muito nesse post, por isso vou direto no que interessa. Old Boy é legal? sim. É empolgante? não. Essa é a verdade. O mangá parte de um argumento muito bacana, nada mais que isso. Esse é o problema. Não explora as coisas ao seu redor, não desenvolve melhor seus personagens. Tudo é muito coerente demais. Não tem malícia, e nem ousadia na hora de fluir os seus acontecimentos.

Por outro lado, eu gostei bastante da arte do mangá, e todos os envolvidos ali tem um designer bem bonito, nessa questão não tenho do que reclamar. Enquanto Old Boy nos quadrinhos fica só apenas no correto, no filme, Park Chan-wook transforma essa história em perolas, mesclando uma inquietude violência tarantinesca com um clima de mistério que traria sorrisos no rosto do Hitchcock.

Agora vai de você, escolher entre uma história que explora tudo em volta ou ficar só degustando apenas do correto.

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Nota: 3,0/5,0

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