Jojo's Bizarre Adventures - A descendência dos séculos



Apertem os cintos pois a Nave Bebop vai decolar pelos ares o/

Nada melhor do que começar o ano com o pé direito. E para dar a largada, falarei sobre as as duas partes do anime Jojo’s Bizarre Adventures - Phantom Blood e Battle Tendendy sim, aquela adaptação exibida em 2012. Mas antes de mais nada, vamos entender melhor sobre a história, e tudo que gira em torno dela pra que você não fique perdido, caso ainda não saiba.

Mais de 25 anos de publicação contínua. Haja fôlego hein? ”Jojo’s Bizarre Adventures” ou o melhor dizendo, ”Jojo no Kimyō na Bōken” já conta com mais de 100 volumes. A história se passa no final do século XIX, um homem chamado Dario Brando encontra uma carruagem tombada. Ao tentar roubar os corpos que estavam ali, um deles acaba despertando e acaba acreditando que o Dario o estava salvando. Este era George Joestar, patriarca de uma das famílias mais prestigiadas da região. Como recompensa ao seu ”salvador”, George toma a atitude de adotar Dio Brando, filho de Dario, para cuidar como seu próprio filho. Quando Joestar chega na mansão, Dio encontra Jojo, filho de George. Vindo de uma família desajustada e criado por um pai miserável, Dio se vê numa oportunidade de ser o oposto de seu pai e passará por cima de qualquer circunstância para conseguir aquilo que quer, inclusive usará até mesmo certos itens lendários ao seu favor. Ele vê que Jojo é uma pedra em seu caminho e decide então transformar a vida do jovem garoto num inferno. Aí se inicia a rivalidade entre os dois. 

Hirohiko Araki é o autor e ilustrador da série que conta com inúmeras referências a Itália e a América, isso sem esquecer a presença forte da música, em especifico o rock and roll. O mangá foi publicado na Shueisha em sua revista Weekly Shonen Jump em 1982. Em 2002 foi transferido para a revista seinen Ultra Jump onde ficou até 2004. Atualmente JJBA é o segundo mangá mais longo da Shonen Jump com 107 volumes e ainda em produção (perdendo só para Kochi -Kame, com mais de 170 volumes). 

Mas, do que um grande mangá precisa mesmo? A sim, um grande anime, é claro. Só que não foi bem isso que aconteceu. Por um tempo, JJBA foi o mangá mais longo sem uma adaptação para TV. Isso só foi mudar em 1993, quando a série ganhou um OVA de seis episódios, baseado na segunda metade do terceiro arco, Stardust Crusaders, pelo Studio APPP. Seis anos mais tarde, o mesmo estúdio produziu uma serie de sete episódios baseado na primeira metade do mesmo arco, que durou até 2002. O estúdio ainda produziu um filme baseado no primeiro arco, Phantom Blood, em 2007. Uma nova adaptação para anime surgiu pela David Production começou a ser exibida em outubro de 2012 na Tokyo MX, que é a versão que resenharei aqui e agora para vocês.


Antes de ir no que realmente interessa, há mais algumas coisinhas que devem ser ditas. Encontrei umas curiosidades bem legais no blog Gyabbo que acho bem válidas ressaltar aqui. Depois de ler esse post e você ainda quiser saber mais sobre Jojo’s Bizarre Adventures recomendo ler o post: Guest Post – Jojo no Kimyou na Bouken – Por Carol Moreira, Parte 1 - só clicar aqui.

Uma coisa que todo mundo tem que concordar é que o personagem Jojo tem um nome bem incomum para um personagem, certo? Mas calma que tudo tem uma explicação. É só assimilar o primeiro e o segundo sobrenome deles que você encontra a resposta - Jonathan Joestar,Joseph Joestar, Kujo Jotaro, Kujo Jolyne e até mesmo o Josuke Higashikata, ( que no caso dele, o ‘suke’ do nome dele pode ser lido como “Jo”, tornando o primeiro nome dele Jojo).

Sobre a história, Hirohiko Araki resolveu criar o enredo dos JoJo’s porque na época os filmes do Silvester Stallone e do Arnold Schwarzenegger eram muito populares, ambos eram pessoas extremamente musculosas e sempre atuavam como personagens muito fortes e prontos para lutar. Como ele não é bobo e nem nada, Araki então pensou em como seria uma luta foda entre os dois, e aí surgiu uma pergunta: como seria o combate entre os dois seres mais poderosos do mundo? esse pensamento começou habitar na mente de Araki desde então. Em seguida, surgiu Dio e Jojo. Mais do que se espelhar nos grande atores da época, Hirohiko Araki começou uma busca humana pela justiça, e por conta disso, criou uma descendência forte que realmente demonstrasse todas as qualidades que deveria ter uma pessoa.


Fora esse detalhe, a paixão de Araki pela arte Greco-romana fez com que ele tentasse desenhar personagens que estivesse dentro daquele ideal de beleza, incluindo não só o designer como a construção de suas personalidades. E foi justamente assim que a primeira parte de JJBA surgiu. O interesse do mangaká pela Itália somente crescia, tanto que começou a frequentar uma cantina italiana que pertencia ao um certo homem chamado Jonathan-san, ele buscava uma inspiração para escrever uma história completamente diferente do que outro artista tivesse tentado antes. Ele queria um nome que conseguisse exprimir essa vontade de luta e o senso de que todas as pessoas podem ser algo melhor. Daí surgiu o nome Joestar, interessante né?

Entretanto, como já era de se esperar, usar um nome estrangeiro para o personagem de um mangá shounen/seinen era um tabu naquele tempo. Ninguém se atrevia a tentar algo semelhante, mas Araki não só tentou como continua nessa linha, bem dizer, até hoje.

Há quem diga também que o nome Jojo veio da canção dos Beatles chamada Get Back. Na minha opinião ele se inspirou nas duas coisas, pelo menos é no que tudo indica. xD



Phantom Blood

Finalmente no que interessa. Antes de mais nada, vale lembrar que estarei falando da saga com base no anime exibido em 2012, beleza? sem mais delongas, vamos recapitular!

Essa primeira parte conta o básico do básico, o plot do plot. Vemos o bem e o mal ser traçados de forma hiper dramática, como vocês puderam perceber. Por um lado temos Jojo, o bom rapaz que faz de tudo para se tornar amigo do Dio mas a medida que o tempo passa, a verdadeira identidade do órfão mal amado cai á tona, e pelo outro temos Dio, o garoto aproveitador ganancioso que não está nem ai para o sentimento dos outros, muito menos respeita a quem de início lhe quer bem.

Eu sinceramente bati palmas para esse elo entre os dois, afinal essa relação é tão bem construída, que fica impossível alguém ficar em cima do muro em relação ao combustível da série. São duas personalidades tão distintas que acabam por consequência enchendo de raiva ambos os personagens de forma estupidamente bonita na tela. Eu digo ”estupidamente” porque é bobo, é simples. Se visto com outros olhos pode até parecer infantil. Mas é aí que está a beleza da coisa. A base da história dá uma infinita brecha para que Hirohiko Araki invente e reinvente o que ele quiser por cima disso. E é a partir daí que vem o recheio do bolo, e podemos desfrutar de uma boa história. E cá entre nós, que anime/mangá fica de pé se não for sustentada com uma boa história?


O anime soube mostrar com cuidado alguns detalhes que tem no mangá. Um deles é o belo chute que o filho da puta do Dio dá no cachorro do Jojo. Sim, o anime não se esqueceu de mostrar esses detalhezinhos! Legal né? Além de não poupar tanto tempo assim do anime, tudo fica explicitamente mais esclarecido de que ele não é um bom sujeito. E posso afirmar com base nesses comportamentos que Dio é o vilão do século, literalmente. Ele consegue mexer com o psicológico, afinal qual o ser humano que não esbanjaria nenhuma reação com tal ato? AINDA MAIS QUANDO ELE MEXE COM UM CACHORRO??? Hoje em dia as pessoas podem até ver uma mulher sendo chutada, mas quando se trata de um animal todo mundo fica puto. Dio não está só fazendo um simples papel de vilão, mas ele explora de todas as formas possíveis esse cargo, ao qual lhe dá muita liberdade.

Já o protagonista Jojo, ele banca a todo momento o herói da história, ou o melhor dizendo, o vingador. Ele não é, mas a situação em que ele é colocado não lhe dá outra escolha a não se defender. Já a Erina faz a figura essencial para o desenvolvimento da história. Logo vemos um trio perfeito para carregar bem a base de tudo. Pode até parecer personagens clichês, e de certa forma é, no entanto, tudo acaba ficando muito natural e verdadeiro e consequentemente bonito de ver.


Battle Tendendy


Na segunda parte seguimos a história de Joseph Joestar, neto do Jonathan Joestar, nos anos 30 do século 20. Nesse momento a situação é desesperadora, afinal a Terra foi praticamente tomada por vampiros, graças aos Pillar Men.

Esse bloco do anime posso dizer que foi mais focado nas lutas. Se na primeira parte vimos boas cenas de ação (dentro do possível), nessa tudo se multiplica. Alias o próprio nome já diz ”Tendência á batalhas” . Só me arrependo de não ter esquecido a lógica, e de ter ficado esperando mais história e explicações. É que nessa parte o objetivo é distribuir socos e poses estranhas, e não ficar mostrando de como os vilões são maus. Na hora houve um baque e confesso que estranhei o ritmo ter mudado tão repentinamente, mas não julgo o autor e nem seus idealizadores, isso era necessário pra história. Mas isso não muda o fato de que pode embaralhar a cabeça de quem assiste e não conhece quase nada do mangá, por fim das dúvidas tudo foi se encaixando com o passar dos episódios.

Não posso deixar de lembrá-los que Jojo foi apresentado com uma baixa renda, o que é lamentável. Flash’s e mais flash’s, cenários meia boca, e o abuso nas cores (o que no caso não chega a ser um incomodo). As vezes a imagem ficava congelada e só se ouvia a voz do personagem com uma pequena trilha sonora de fundo. E isso é um incomodo? sim, mais não para Jojo. Ora, a gente ta falando de um mangá de 82 que envolve vampiros numa Era Vitoriana na Inglaterra, então cenas desse porte não chegam a atrapalhar em nada, muito pelo contrário, contribui para que ele crie o seu próprio charme condizente com a história, e o principal, que fale com a garotada da nossa atualidade.

Outra coisa legal do anime é a trilha sonora. Extremamente bem produzida, Hayato Matsuo faz com que a música faça um papel importante e assim corresponda de maneira recíproca aquilo que o anime diz. A abertura por si só vale o anime todo, e sem exagero da minha parte. As referências ao mangá com quadros ganhando vida com cores gritantes exalando nos personagens + uma música que lembra os anos 70 de super herói investigativo, só poderia resultar em coisa boa. E não acaba por ai, no encerramento o clima ainda contínua ao som de Roundabout da banda Yes, tem coisa melhor que essa música? acordes desleixados, baixo que sola incessantemente, bateria que acompanha toda a junção dos instrumentos deliradamente, ritmo tranquilo que ganha outras proporções ….e assim vai. Até tinha esquecido de que a banda Yes era foda, obrigada Jojo por me lembrar.


JOOOJOOOOO! ♪


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Por fim, Jojo’s Bizarre Adventures foi um achado de grande importância para mim. Pretendo continuar no mangá daqui pra frente e prosseguir mais na história. E que venha Abril para a segunda temporada da terceira parte, mal posso esperar pra ver. Só espero que essa expectativa não gere azar, afinal um grande mangá que nem Jojo merece algo a sua altura. Torçamos que a David Production capriche mais ainda na próxima, pois assim terei quase certeza que Jojo será um dos melhores animes da temporada. Pronto falei, tomara que não dê azar.
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